domingo, março 27, 2011

Março: o mês da mulher

ELISANGELA CARRENHO

Há 152 anos, em 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos em Nova Iorque fizeram uma grande greve em que ocuparam as instalações para reivindicar melhores condições de trabalho. Exigiam a redução da jornada para dez horas (eram 16 horas de trabalho diário), a equiparação de salários com os homens (já que recebiam até um terço do salário de um homem pelo mesmo tipo de função) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A greve foi violentamente reprimida. Trancaram as mulheres dentro da fábrica, atearam fogo em suas dependências e o trágico saldo foi a morte de 130 tecelãs carbonizadas. Décadas passaram e, em 1910, a data daquele ato bárbaro passou a ser considerada o "Dia Internacional da Mulher" em homenagem às mártires.

Atualmente, muita coisa mudou, pois as mulheres nos dias atuais são conectadas, têm grande poder de consumo, ocupam altos cargos em empresas, comandam a casa e ainda acham tempo para cuidar da saúde e beleza. Assim são as mulheres de hoje: se desdobram em “várias” para dar conta do lado profissional e pessoal. Quando a família reúne várias gerações é fácil ouvir relatos de mulheres contando o quanto eram mal vistas caso trabalhassem fora. Os anos 80 trouxeram mudanças nesse cenário, mas passou-se mais de uma década para que fosse comum vê-las ocupando cargos altos. Hoje o panorama é bem diferente, além de terem grande influência no orçamento familiar, as mulheres têm alto poder de decisão de compra.

Porém, apesar de ter seus direitos garantidos pela Constituição, a mulher brasileira sabe que ainda há muito a conquistar. Só para ter ideia da importância das mulheres, basta saber que elas representam mais da metade da população brasileira. De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais-2007, a população brasileira em 2006 era de 187,2 milhões de habitantes. Desse total, 96 milhões eram mulheres.

Em contrapartida, às vezes me sinto desrespeitada como mulher a cada vez que ligo a TV e encontro cada vez menos figuras femininas de respeito, e cada vez mais bundas e peitos siliconados. Esse tipo de situação está influenciando na vida das crianças que hoje em dia estão perdendo cada vez mais a inocência e adquirindo atitudes de mulheres adultas e fazem isso normalmente mesmo porque a mídia dita que tem que ser assim. Estou muito triste em relação a liberdade de expressão feminina e não vejo a hora desta situação ser mudada .

Mais do que nunca, acredito que a participação das mulheres será decisiva para que a humanidade consiga superar os enormes problemas que vêm surgindo. Numa sociedade dominada pela polaridade yang (masculina), é vital que natureza feminina possa permear cada vez mais o mundo cotidiano e a orientação dos povos. Caso contrário, a usura e a falta de respeito pela dimensão sagrada do universo em que vivemos poderá, realmente, nos destruir.

É necessário que a mulher não caia nas armadilhas da indústria e do consumo e promova mais uma revolução: uma alternativa real que aponte para novos hábitos e para uma nova forma de viver, com mais harmonia e solidariedade, em maior integração com a natureza e com o cosmos.  E que assim seja. Parabéns para todas as mulheres!

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