terça-feira, setembro 21, 2010

A crise da UNIESP e a nossa revolução

Fernando Silva — no twitter, @fernandomagall

Pois bem, meus caros,

Semana passada, vivemos (não todos, já explico) momentos extremos em nossa faculdade. Começamos a semana respirando os ares da incerteza acerca de nosso futuro, já que a UNIESP, em crise financeira (que até agora não sabemos oficialmente o porque, já que as mensalidades andam em dia), atrasou o salário do corpo docente. Impossibilitados e desmotivados, claro, pela falta do dinheiro mirrado de cada mês (vale lembrar, os últimos meses na antiga Hoyler duravam até 90 dias), não havia condições de que as aulas fossem ministradas, o que culminou no caos que se instaurou desde o início do atual semestre.

Pois bem. Enquanto muitos coleguinhas que ameaçavam se desligar da faculdade — e não compareceram uma vez sequer no manifesto — outros, com espírito de revolução, poucos (perto de 200, muito pouco se levarmos em conta que a faculdade tem cerca de mil alunos matriculados) que se fizeram muitos, bradavam pela resolução do caso, pelo pagamento dos professores e pelo restabelecimento das aulas.

A situação andava preta, bem preta. Não havia nenhum posicionamento da instituição a respeito. Nossos professores, ameaçados de demissão por justa causa, ficaram impossibilitados de se manifestar. Coube a nós, alunos, clamar pelos direitos de nossos mestres e funcionários da UNIESP, e consequentemente, dos nossos também. Quem lê esse manifesto, pode pensar que foi fácil. Ao contrário. Foram horas de luta no frio de Hortolândia, negociações, reuniões, informações desencontradas, manifestações bravas de quem lutou até o fim.



A vitória chegou, não sem antes, muito sacrifício. Evidente que a divulgação na grande mídia ajudou (agradecimentos às presenças da TVB, EPTV e O Liberal), mas a maior força, sem dúvida, foi a nossa! E é sobre isso que quero falar.

Ainda que não tenhamos feito mais do que a nossa obrigação, que é lutar pelos nossos direitos, modéstia à parte, estamos de parabéns. Não é fácil sair da zona de conforto e brigar, se unir em torno de um único ideal. Mas nosso futuro está em jogo. Nossa vida universitária de hoje representa nossos rumos profissionais no amanhã. E é por isso que exalto as nossas atitudes ao marcar ponto todo dia na frente da faculdade, ainda que as negociações tenham sido muito difíceis, arrastadas, e que por muitas vezes, caminhavam para um cenário sem solução. Mas vencemos!

Endosso o e-mail que nossa brava companheira Elisângela enviou aos integrantes da classe, convocando a todos para participarem da batalha. A luta não se faz sozinho. É com muita união e espírito de revolução (como Che) que as coisas acontecem. Até no dicionário, a vitória só vem depois da luta. Infelizmente, alguns coleguinhas, talvez bancados por pai e mãe, deram as costas para a nossa causa e preferiram esperar sentados, deitados ou sei lá como, no quentinho de seus respectivos lares, uma solução pelo caso. Solução, para estes, cômoda, talvez.



Como diz a música do Scorpions, ouça os ventos da mudança. O clip é uma ode à revolução!

O fato é que, em uma sociedade que cada vez mais se caracteriza por uma passividade acerca de vários assuntos que lhe dizem respeito (política, vida social e estudantil, porque não?), os 200 estudantes — ou até menos — que lá estavam, se multiplicaram e alcançaram a vitória. No futuro que cada vez mais se aproxima, o da nossa formatura, vamos nos lembrar com carinho desse momento, que certamente, entrou para a história. Escrevemos essa página na história e não nos submetemos, nem ao comodismo, tampouco aos comentários mesquinhos de que nosso esforço seria em vão. Chegamos à vitória. Mas temos de estar vigilantes, atentos, para que esse tipo de situação não mais aconteça.

A vitória é nossa! Como diria nosso companheiro e representante Carlão, alunos unidos jamais serão vencidos!

E tenho dito!

"Hay que endurecerse, pero, sin perder la ternura jamás"
Che Guevara

Um comentário:

  1. Pois é Fernando... Assino embaixo, acrescentando que desistir de um sonho, de um ideal, parece ser o caminho mais fácil para alguns, mas não para nós, que embora em meio à tantas dificuldades, ainda lutamos para alcançar nossa vitória e manter nossa dignidade enquanto cidadãos e estudantes desse País!
    E não desistiremos jamais!
    Grande abraço
    Elisangela

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